Occam's razor applied: PSL vs MRS
Confesso que me parece exagerado todo este ruído à volta do chamado "caso" do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. A minha opinião, obrigatoriamente simplista, é de que nada disto é relevante para o futuro de Portugal, não justificando, por isso, o tempo que se está a gastar com a sua discussão. Efectivamente, esta é uma questão pessoal entre MRS e PSL. São duas pessoas ambiciosas, com necessidade de protagonismo, que disputa(ra)m as mesmas funções.
Explicando as razões de cada um:
1.º A prova de que esta é uma questão PESSOAL está no facto de, sendo JPP muito mais crítico, acutilante e severo para com PSL - sim, com PSL, a pessoa, não com o Governo -, o alvo da intervenção do governo - leia-se PSL - foi MRS e não JPP. Porquê? Porque é um facto reconhecido por todos que JPP não tem aspirações - por natureza e/ou pelo "peso" no aparelho do partido - a funções de topo no PSD/PPD.
2.º A intervenção de Pais do Amaral - independentemente de resultar de um pedido nesse sentido do "governo"/PSL (que será referido mais à frente) - é completamente justificada pela defesa dos interesses da empresa pela qual é responsável. É para isso que lhe pagam. E, se é verdade que existem uma série de "negócios" em que intervem o Estado, ou empresas tuteladas pelo Estado, e a TVI, nada mais sensato que exigir alguma contenção a um colaborador seu nas afirmações que possam hostilizar a outra parte. Um bom gestor não necessita que alguém lhe peça isso: é puro bom senso.
3.º Marcelo Rebelo de Sousa fez aquilo que sabe fazer melhor - criou um "facto político". Mas com um sabor especial: ele é parte activa nesse facto político e, melhor ainda, do qual sai sempre beneficiado: em termos profissionais - como comentador -, em termos de PPD/PSD - posicionando-se para uma nova luta pelo poder - e, finalmente, na opinião pública - como vítima.
4.º Pedro Santana Lopes, o nosso George Bush, agiu irreflectidamente. Expôs-se de tal modo que MRS nem hesitou em aproveitar uma oportunidade de ouro que lhe era oferecida. De acordo com a classificação de Carlo M. Cipolla, PSL foi ingénuo: prejudicou-se a si mesmo proporcionando ganhos a terceiros. A ideia do contraditório, essa então, é delirante...
5.º O fantasma do regresso da censura, da privação da liberdade de expressão, são completamente inadequados e anacrónicos: tenho a certeza que, se MRS quisesse, começaria já amanhã as suas análises/comentários noutra televisão.
Como é que eu penso que este episódio poderá acabar?
Bem, Jorge Sampaio pode aproveitar para se redimir junto do seu eleitorado e convocar eleições antecipadas. O congresso do PSD, nesse caso, deixaria ser o da confirmação de PSL, para se assistir a um assalto à liderança do partido por MRS. E o PS, com um novo líder, poderia ter a sua oportunidade de ser poder mais rapidamente do que esperava.
Sim, pode, mas não o vai fazer. O ridículo de toda esta situação acabará por se tornar evidente e o bom senso prevalecerá. Há matérias bem mais importantes a exigirem a nossa atenção e os nosso esforços.
Explicando as razões de cada um:
1.º A prova de que esta é uma questão PESSOAL está no facto de, sendo JPP muito mais crítico, acutilante e severo para com PSL - sim, com PSL, a pessoa, não com o Governo -, o alvo da intervenção do governo - leia-se PSL - foi MRS e não JPP. Porquê? Porque é um facto reconhecido por todos que JPP não tem aspirações - por natureza e/ou pelo "peso" no aparelho do partido - a funções de topo no PSD/PPD.
2.º A intervenção de Pais do Amaral - independentemente de resultar de um pedido nesse sentido do "governo"/PSL (que será referido mais à frente) - é completamente justificada pela defesa dos interesses da empresa pela qual é responsável. É para isso que lhe pagam. E, se é verdade que existem uma série de "negócios" em que intervem o Estado, ou empresas tuteladas pelo Estado, e a TVI, nada mais sensato que exigir alguma contenção a um colaborador seu nas afirmações que possam hostilizar a outra parte. Um bom gestor não necessita que alguém lhe peça isso: é puro bom senso.
3.º Marcelo Rebelo de Sousa fez aquilo que sabe fazer melhor - criou um "facto político". Mas com um sabor especial: ele é parte activa nesse facto político e, melhor ainda, do qual sai sempre beneficiado: em termos profissionais - como comentador -, em termos de PPD/PSD - posicionando-se para uma nova luta pelo poder - e, finalmente, na opinião pública - como vítima.
4.º Pedro Santana Lopes, o nosso George Bush, agiu irreflectidamente. Expôs-se de tal modo que MRS nem hesitou em aproveitar uma oportunidade de ouro que lhe era oferecida. De acordo com a classificação de Carlo M. Cipolla, PSL foi ingénuo: prejudicou-se a si mesmo proporcionando ganhos a terceiros. A ideia do contraditório, essa então, é delirante...
5.º O fantasma do regresso da censura, da privação da liberdade de expressão, são completamente inadequados e anacrónicos: tenho a certeza que, se MRS quisesse, começaria já amanhã as suas análises/comentários noutra televisão.
Como é que eu penso que este episódio poderá acabar?
Bem, Jorge Sampaio pode aproveitar para se redimir junto do seu eleitorado e convocar eleições antecipadas. O congresso do PSD, nesse caso, deixaria ser o da confirmação de PSL, para se assistir a um assalto à liderança do partido por MRS. E o PS, com um novo líder, poderia ter a sua oportunidade de ser poder mais rapidamente do que esperava.
Sim, pode, mas não o vai fazer. O ridículo de toda esta situação acabará por se tornar evidente e o bom senso prevalecerá. Há matérias bem mais importantes a exigirem a nossa atenção e os nosso esforços.
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