09 outubro 2004

Dear Prudence:

Não ser diferente, de procedimento anómalo, nem por natural inclinação nem por gosto. O homem prudente sempre foi o mesmo em todas as suas boas qualidades, e isto depõe a favor da sua inteligência. A sua mudança deve ser justificada por causas e méritos. Em matéria de prudência é feia a variação. Há quem seja diferente todos os dias; até o entendimento têm desigual, mais ainda a vontade e até a sorte: o que ontem foi o branco do seu sim hoje é o negro do seu não. Contradizem o seu próprio prestígio e confundem a opinião alheia.
in A Arte da Prudência, de Baltasar Gracián (1647)