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Os bilhetes já estão à venda aqui, que foi também de onde foi extraido este texto.ÓPERA DO MALANDRO
Musical de Chico Buarque
Produção: MANDRAKE PRODUÇÕES
26, 27, 28 Fevereiro, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Março 2005
às 21h e às 15h nos dias 27 de Fevereiro e 6 de Março Grande Auditório
Duração: 3 horas com intervalo
Obra-prima do teatro musical de Chico Buarque estreia em Fevereiro em Portugal numa remontagem sumptuosa.
A superprodução assinada por Charles Möeller (direção, cenários e figurinos) e Cláudio Botelho faz uma pausa nos palcos brasileiros e traz o Barão da Ralé para os palcos portugueses, 25 anos depois de sua estréia, e depois de um sucesso estrondoso e casas lotadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, com mais de 300 mil bilhetes vendidos.
Irresistivelmente charmoso e sedutor, o contrabandista Max Overseas, personagem-título do musical A Ópera do Malandro, está na praça outra vez e vai percorrer – caminhando na ponta dos pés - as ruas da Lapa carioca dos anos 40. O musical de Chico Buarque, inspirado na Ópera do Mendigo de John Gay e na Ópera dos Três Vinténs de Brecht/Weill, sobe aos palco do CCB e do Coliseu do Porto.
Esta montagem grandiosa faz jus às mais belas canções da música brasileira, compostas para esta peça. Trata-se da, mais que merecida, homenagem a esta obra-prima, proporcionando aos espectadores uma encenação de primeiríssima linha e grande impacto artístico e técnico.
Desde sua estréia no Rio de Janeiro, em agosto de 2003, o espetáculo lotou inteiramente o Teatro Carlos Gomes (tradicional reduto das revistas na antiga capital federal brasileira). Rapidamente a Ópera do Malandro se configurou como um dos mais impactantes fenómenos de público e crítica já vistos na cidade do Rio. Capturou a unanimidade da emoção de quem assistiu, impressionou pela lotação sempre antecipada da casa, foi abençoada pelo carinho do próprio autor - Chico foi aos ensaios e ao espetáculo, mandando flores a todos.
Com direcção, cenários e figurinos de Charles Möeller e direção musical de Cláudio Botelho, a Ópera do Malandro volta ao palco com vinte atores em cena, um elenco de raro talento que canta, dança e representa como poucos no país. Os intérpretes – dos consagrados Lucinha Lins e Mauro Mendonça a revelações como Alexandre Schumacher e Alessandra Maestrini – estão acompanhados ao vivo por uma orquestra de 12 músicos.
A cenografia de Charles Möeller reconstrói o espaço cénico. São três palcos giratórios, montados num cenário de três andares. Os figurinos, cerca de 75, também assinados pelo diretor, foram confeccionados com estampas especialmente desenhadas. O cuidado técnico detalhadíssimo prevê microfones de cabeça e três mesas de som, sendo uma delas digital de última geração.
“Sim, somos buarquemaníacos” dizem Charles e Cláudio.“ O que vocês vão ver nos palcos portugueses é a nossa paixão pela obra deste compositor/autor. Não há uma única palavra que não tenha sido escrita por ele. Adaptou-se um pouco, mas a estrutura das cenas, nunca os diálogos; cortou-se apenas o necessário para que o espetáculo durasse o tempo justo do prazer”.
Entre deusas e bofetões, entre parangolés e patrões: enredo e elenco
O cenário é a Lapa carioca das prostitutas e da pancadaria; o período, a década de 40, com a Guerra assolando o mundo e mandando seus ecos para o Brasil. A Ópera do Malandro põe em cena a rivalidade entre o contrabandista Max Overseas (Alexandre Schumacher) e Fernandes de Duran (Mauro Mendonça), o dono dos prostíbulos da Lapa.
Bem no meio da briga está Terezinha (Soraya Ravenle), a filha única de Duran e de Vitória (Lucinha Lins) que se casa com Max sob as bênçãos do Inspetor Chaves, o Tigrão (Cláudio Tovar), que “trabalha” para ambos os contraventores. O casamento é o golpe final na família Duran: o desgosto dos pais de Terezinha – e, naturalmente, a ameaça aos negócios - é o gatilho da trama em que todos tentam tirar vantagem de todos. A peça criou ainda outros personagens inesquecíveis como Geni (vivido por Thelmo Fernandes e Sandro Christopher) e Lucia (Alessandra Maestrini), a filha de Tigrão e rival de Terezinha.
Um samba em homenagem à nata da malandragem - As canções da peça
Costurada pelas obras-primas de Chico Buarque, a Ópera do Malandro é “uma história viva e pulsante, um musical sobre o poder”, definem Charles Möeller e Cláudio Botelho. “Incluímos algumas das músicas feitas para a versão do cinema, assim como as canções cortadas da versão original”, dizem os directores. E os olhos e ouvidos do público ganham a ciranda feita dos clássicos Palavra de Mulher, O Meu Amor, Uma Canção Desnaturada (Curuminha), Homenagem ao Malandro, Folhetim, Viver do Amor, Geni e o Zepelim, As Muchachas de Copacabana e Pedaço de Mim, entre outras – num total de 20 canções.
Os antecedentes:A ópera do Mendigo de John Gay em 1728, ...Três vinténs de Brecht/Weill em 1928 e a Ópera do Malandro em 1978.
Baseada em The Beggar’s Opera, de John Gay - a Ópera dos Três Vinténs de Bertolt Brecht (1898-1956) e de Kurt Weill (1900-1950) -, estreou em Berlim em 1928, contando a derrocada do elegante anti-herói Machead/Mac The Knife, cercado de mendigos, prostitutas, ladrões e vigaristas. Brecht adaptou a peça de Gay, que havia estreado duzentos anos antes na Inglaterra, reforçando o entrelaçamento do gênero refinado com os temas e as situações do submundo.
Chico Buarque, em 1978, declarou que a sua Ópera do Malandro “é um texto novo, em cima da Ópera do Mendigo, com detalhes de Brecht”. No elenco da montagem original, dirigida por Luiz Antonio Martinez Corrêa, estavam Otávio Augusto (Max), Marieta Severo (Terezinha), Elba Ramalho (Lucia) e Emiliano Queiroz (Geni).
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