04 dezembro 2004

Elementar, meu caro

Todos zurziram na proposta de Orçamento para 2005. Que era uma ruptura com a política orçamental definida pela austera Manuela Ferreira Leite, disseram alguns (muitos). Que era um orçamento que estimulava o consumo, em detrimento da poupança, disseram outros. Banqueiros e empresários (pasme-se!) a fazerem coro com a oposição.

O PR decide-se pela dissolução. Quando todos esperavam que, assim, houvesse continuidade na política orçamental (aplicação do Orçamento anterior, no regime de duodécimos) até à assunção do poder por um novo executivo saído das próximas eleições, ficamos a saber que o Orçamento que tão mal tratado foi quando estava na incubadora, vai, afinal, ser aprovado.

Isto faz sentido?

Claro que faz. Afinal, é o mesmo país em que o Presidente da Assembleia da República sabe - pela imprensa - que a dita vai ser dissolvida.